.
Sangue
composto por ferro,
Devo
também enferrujar?
Estou
caducando como as navalhas:
cego
e inofensivo
a me
condoer com as veias de ferrugem
que
vergalham os ossos.
.
Mas ,
ao menos, consolo-me,
não
me pesam os pensamentos como chumbo
nem
enegrece a prata dos bolsos pelo avaro tempo - mortalha do mal gasto
-
.
Sou
daquele metal:
vulgar,
comum, banal,
palavreando
como os tinidos das correntes dos cativos
e a
fechar os ouvidos e os olhos em ferrolhos .
.
Lembro-me
como filho do corroído,
E
,evasivo, me esquivo dos planos grandes que engrenam carcomidos
e
martelam ocos.
Mas,
Corto-me
de vez em quando e
vejo
um sangue tão vermelho que cogito se o que escorre
vem
de um coração coroado de pregos torcidos
ou de
uma nova mina a fluir tesouro.