sexta-feira, 30 de agosto de 2013

sardas


sardas, constelações na pele...eu pensava desde menina
.
Mas
perseguia-me uma velha mucama na infância,
queria retirá-las uma a uma
com um unguento e uma benção qualquer,
mas como poderia?
Seria como apagar as estrelas
-argumentava para ela -
deixaria o céu negro, sem um ponto luminoso para que
,num futuro sem bússola,
quem de amores por mim caso se perca
não me encontre por partes, mas sim já por inteiro?
.
 Quão perigoso seria desorientá-lo, desorientar-me ,
se o beijo dado não indicasse o cruzeiro do sul, o meu rosto,
mas já um sem-guia em rumo a todo o zodíaco do meu corpo.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Luxúria

sem fim

voltear-me de carne como  um espiral,
extirpar os ossos, os tendões,
malograr os nervos e obliterar os orgãos;
Só debulhar a pele e 
retornar cada arremate dos meus
sentidos sobre  uma heresia d' amor
sem fim.

dançar, arrodear , resfolegar
quase uma quadrilha de quadris.
Rebentar fogos de artéria a seguir
a matéria que em  querela co'a morte
procria os rebentos de enorme querer
perpetuidade
sem fim


disforme sobre vazia pele inane;
mas plena sobre as curvas que mais seriam
paralelas
de um pensamento meu a se desencontrar sem
fim.