segunda-feira, 26 de dezembro de 2011




Nosso  deleite está na lei do equívoco
       que, querendo-se certo, medita
       do alvorecer até a taciturna noite;
É como o incerto número da madrugada
       entre a lua nova e
       o primeiro toque da matina:
"Quantas  horas se passaram?"- não sabe responder-
      Assim são os homens infelizes,
      a vagar as noites do sonho desperto
      à procura de leviano julgamento
      por não haver sono dos justos

sábado, 10 de dezembro de 2011

mitos da vida privada



Cassandras me encheram o saco do futuro
não eram elas delfos, oráculos, pitonisas
ou qualquer diabo profético:
eram só vagabundos palpites ,conselhos,
pitacos da boa e velha vida alheia
estúpida
incomodada.

deixe cá errar, ora merda.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

blablabla

"[...]Enforcai vossa filosofia! A não ser que uma filosofia possa criar uma julieta, transportar uma cidade, ou derrubar uma sentença de um príncipe, para nada presta, nada vale" (cena 3 ato 3, romeu e julieta)


pouco pode esse discurso
estrangulada a voz do eloquente mudo 
o que se pode falar senão
o que deu errado 
o que não se concretizou de todo?


dados históricos? 
vamos lá...
os plebeus, os escravos de Espártaco, o russos pobres de 17 , a primavera despetalada de 48...
enumere o rol
rolaram todos para as valas!

vamos!
vadiemos com as palavras 
vernaculemos  os galicismo de 1789
 nos esclareçam as Kantigas a priori
progressos históricos alemães
ou pós-modernas desistências. 

para nada presta , para nada vale...até quando?




  

terça-feira, 29 de novembro de 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

levíticos 26:10


o novo pare-se do velho
estupra o velho 
utiliza-se e se nutre da carcaça
e talvez cave  o resto para santificar ou para
 esquecer.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

apócrifo hegeliano

no momento em que o espírito , no seu círculo, encontra uma linha tangente que culmina não no absoluto , mas na supressão, retorna-se à Natureza que se quis superada como espírito ( and failed).

=

tradução contemporânea:

toda cultura progressista se fodeu nas guerras,
volta-se ao momento da natureza sem espírito
uma vez que todas as caveiras debaixo da terra

sábado, 25 de junho de 2011

camponeses

almas tristes colhidas ao colher as sementes do trigo ,

houvesse pão

houvesse alimento do espírito

quarta-feira, 4 de maio de 2011

ninfa eco ou o eu

solfejarei a voz do Outro

se a voz que me tem para o mundo

são notas, hinos e fá sustenidos

de narcísicos amores por todos

que

de si'dmirados .

quinta-feira, 28 de abril de 2011

desabafo de antigas leituras

um dia qualquer e o diabo na mão e no teclado . nem todo o brilhantismo circundado pela literatura, nem a literatura do lodo do index pode arrematar o que o desposa o desejo de presente e do rancor de narrativa como passado.

litera e letras; epistolas e manuscritos ; alfarrábios e nó dos cadarços ajuntado às folhas escritas: tudo não passa de alguns dados a serem esmagados.

disseram que o que poderia matar o homem já morreu há milhares de anos . estavam enganados .mataram o homem com seus livros e seus livros livres mataram com a tinta de Gutemberg e o papel dos chineses. era muita informação e todas informação matou o homem que, não podendo ser idêntico a humanidade a sua obra , fragmentou-se na perspectiva do pedaço deformado. a ânsia de verdade nos livros se matou por encontra a verdade não nelas, mas em si. e a verdade era só um desejo subjetivo e não a verdade.

foi-se o tempo de esperança quando a objetividade se esfalfou na relação do sujeito. foi-se o tempo do sujeito quando o objeto se encontrou imerso no objeto.

restou o ponto ambíguo onde o verdadeiro é o ponto mínimo em que a verdade se instala ao obcecado e que como tal, não pode viver num mundo que por premissa não pode se levar plenamente a sério. ser atento a vida sem levá-los a explicação a ultimas consequências. A última consequência não permite o paradoxo de ser humano e de viver com outros humanos.

ah verdade estúpida.

anel

In brightest day, in blackest night,
No evil shall escape my sight (...)
Hal Jordan

moldo o real no efetivo de minha vontade
que diante a imagem da mente torna por si e a ti...Realizado!

um pensamento de mero sentinela possa talvez
,mais que um césar,
amar e realizar
criar do incriado


poder , por fim ,casar o real desejo
ao efetivo da virente cor que se ilumina
e esperar conciliação nessa aliança
de todo coração legado

segunda-feira, 18 de abril de 2011

No Cáucaso

Nem todos os templos dos homens
Nem a voz grata por presente inflamado
Há de subir o mármore dessas escadarias disformes,
Tornarem sinos de louvor os grilhões


Desse cimo... ouve-se,
ouve-se o galo
núncio de raça humana
Enquanto mo custe despertar em carne à rapina.

domingo, 17 de abril de 2011

Cálculos

determinismos+ aleatoriedades + inesgotabilidade de formaçãoo do sujeito = visão equivocada de si ou vulgo identidade.


multiplique o resultado pela liberdade limitada pela sua perspectiva e situação , depois subtraia por algo que lhe escapa e


talvez dê um resultado além de zero. uma vida talvez

sábado, 16 de abril de 2011

breve orelha de si

O que é um livro que nem mesmo sabe levar-nos para além de todos os livros? (Gaia Ciência, Livro III)


Cresci na poeira de sebos.
Os pulmões
respiram o pó de livro asfixiados há muito;



As flores recebidas

só secas

Marcam sonetos d'afeto de outrem para...

quem? amores sepultos



As palavras d'afeto

dedicatórias de homens e moços já mortos...

tudo datado

de todos os livros ante os livros de raridade

ou vulgos.



Mas eu,

eu ainda não.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

fenomenologia

Experimenta
não esgota
como prima facie!
como nunca parasse
para si
intencional
fenomenal! ,

tudo certo,
se não se matasse
no próprio método .

descreve algo para alguém
separa de novo sujeito -objeto
fim da fenomenologia.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um compromisso importante, ao menos

. A Quem às datas é possível
Sob as regras, dias ,todas as épocas
Se a verdade, ignota peça,
Ignora os dias, regras, todas as eras?

Fosse a idade, o instante que via
As regras, os dias, a hora funesta,
Que em veraz idade de Caronte a tempo
Vertidos co’ os remos , os ponteiros,
Cumprir-lhe pontual promessa


04/10/2010
“Dois símbolos carmenos / De felicidade “
Aldo Cabral e Benedito Lacerda

Passe o tempo derridente,
que eu...
Eu canto e assobio entre encontros
e ante qualquer hálito de calvário.Sou Anti- ao Tristemente
Crescendo a boca em favor d ‘ecos de agouro
se mo sela o símbolo carmenos nas faces .

Smack!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Edmundo - 20/11/2009

" eu seria o que sou, mesmo que a estrela mais virginal do firmamento tivesse iluminado a minha bastardia" ( Rei Lear, ato I, cena 2 )

“A minha estrela se apaga em cor mais fria”

O signo da promessa se vinculou astúcia

O zodíaco se afeiçoara a despudorada melancolia

Iluminou em minha fronte obscura argúcia

“A minha estrela se apaga em cor mais fria”


. “A minha vontade é subscrita as moiras”

O meu quilate avaliado ao firmamento

Opaco brilho enegrecido a faísca loira

Nobre instinto a tingir rubro ao cimento

“A minha vontade é subscrita as moiras”



“O meu destino descende de desatino divino”

Sobre em lunático errático a lua o aponta

A aguçar intempéries marés o comportamento ferino

A ser prole que materno loucura o desponta

“O meu destino descende de desatino divino”

.

Que mentira ! que mentira...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O puto da puta

Bem quero Friné, sem pedir-lhe apreço

d’avaro amor que por mal a todos paga

se a onero ao fremer que nem bem lh’ afaga

na vã desgraça ao dolo entorno ao bom preço.
.

Mal quer Friné, ceder-me ao custo em avesso

Se má Fortuna aos bens gentios só traga

compensa ao doer se um vulto vão lh’ apaga

A Luz noturna que em hostis careço;
.

Diurnas são outras solares oferendas

Se ao amor friné passeia e m’arrebata

A mo amar toda de graça às Kalendas;
.

Qual vestido a corar ouro , a prata

Amarrar-me-á às tênues sedas, fazendas

Que da noite só ao dia  outro mo  desata.


18/10/ 2010 modificado em março de 2011

Flor pensante

Para mim e a P. Hadot



Dimidium facti qui coepit habet: sapere aude

Horácio



por ora, flor do século 'inda recente

uma promessa

Ao fruto mais calado, prenhe de colores dos helenos

que pende a querer depositar em si

(qual qualquer fruto futuro)

o germe dos antigos, os figos ,A maçã de Eva aos homens

caso houvesse ( e há)  causa, esforço e o pólen do

vivo talento... talento vivo



28/01/2011

Dorian

Bem conte o tempo- EU não conto

o breu das horas se a mocidade

Esconde a cada evento envolta

 ao Brilhante retrato do ideal a ser  liberto

 Eu , que já há muito pintado à libertinagem .

Jano

É findo...

E os tempos já mortos, a vida em

década ,decadência em decalques

Do desfolho de dia pós-dia...

.

Mas.....

Adia...

As vielas dos tempos em cansaço

Se hoje não finda a via finesse

champagne em moringa ,

Mas o queira

E queira bem,

Escutar por igual

beijos ou fogos em estalos

Aos violentos recantos

Dos símbolos dos portais

Que convencionam meu canto a esperar

Do que espera de dia pós-dia

apagado

31/12/ 2010

segunda-feira, 28 de março de 2011

D. Giovanni

À  F.

.

Ah,carne que nos mata lealdade
Se o espírito fraco vê descontente
paixão sobre paixão em consequente
à leal mentira que ama outra verdade

.

Ah , toda alcova afasta a sóbria idade
E aceita outra a outra mais recente
Se sob o sangue que lateja, assente
Ao corar da  tola  f e m i n  i  l  i  d a d e

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

dos olhos seus aos meus e vice-versa

Um rapaz
De faces por embaraços coloridas
D’ olhares estranhos ( aos que bendisserem – distraídos? –
Aos que escarnecem : – Autista? –
.
Mas ao s’ olhar,
Mas ao só olhar
S’Invertendo ao extremo a vista perdida
No encontro do corar e ao interrogar sobrolhos
Reverte-se a questão por decoro calada , mas
Ambígua:
-Quem são os rostos pálidos
Ao afazeres concentrados
A ter sempre, sempre algo em mira?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Planejamento

Coração tem vias estranhas,
ruelas marginais
mendicantes, compadecidos
passantes, esmolés...

A se perder no planejamento
nas abóbadas antigas
Os monumentos novos, pós-modernos,
gastos,
em reforma ...

Ah! No tempo certo
Arquitetos, engenheiros... Onde estavam?