segunda-feira, 16 de setembro de 2013

canaviais

Eu via os canaviais,
e
vingava-me em um Engenho sobre o outro
2 quilômetros ou mil:
imaginava toda a cana unir-se em uma massa,
um charuto,
um cigarro,
a querer o doce queimar feito o tabaco
incendiar toda a terra
cuspir cada açúcar com pigarros negros
como fumo picado
numa boca suspirante do tamanho de
 deus.

Eu queria ver outra coisa,
o já  visto,
 o inhame regado de sangue de Altino
e brotar o calejo das mãos sobre o catar das vagens tortas da minha
 Maria;
Esturricar as rolinhas caçadas
passar sal e fingir haver gosto de
ser caçador, plantador de

 outra terra,  outros dias?


Mas não há nada,... há cana;
há assobio das roletas chupadas pelos garotos das praias,
rapaduras perfumadas e batidas
para moças, cocotas bonitas.
há tantos bens confeitados em meus males
que pergunto se só há fel e bagaço
no rancor dos meus dias.
se me faltou um bombom, uma colher de melaço
ou cada grão de áçucar  como
um cisco d'amargor
no círculo das moendas alquebradas 
de meu tormento.

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