sexta-feira, 1 de abril de 2011

O puto da puta

Bem quero Friné, sem pedir-lhe apreço

d’avaro amor que por mal a todos paga

se a onero ao fremer que nem bem lh’ afaga

na vã desgraça ao dolo entorno ao bom preço.
.

Mal quer Friné, ceder-me ao custo em avesso

Se má Fortuna aos bens gentios só traga

compensa ao doer se um vulto vão lh’ apaga

A Luz noturna que em hostis careço;
.

Diurnas são outras solares oferendas

Se ao amor friné passeia e m’arrebata

A mo amar toda de graça às Kalendas;
.

Qual vestido a corar ouro , a prata

Amarrar-me-á às tênues sedas, fazendas

Que da noite só ao dia  outro mo  desata.


18/10/ 2010 modificado em março de 2011

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